Já houve quem me chamasse querida assim, de supetão... Já o fizeram à socapa, somente sugerindo e não sei se suspeitaram o que senti. Outros vieram, porém, que sabiam! Sim, conheciam meu sentir e puderam, por isso, ser muito serenos... A eles eu me rendi e em troca guardaram meu segredo. Diga-se de passagem, o último "querida" que recebi foi inesperado e belo. De uma extrema lealdade! Veio de um amigo que diz-se ateu, entretanto, naquele dia concedeu-me orar por ele. Se não por fé, por fidelidade a mim, por brandura de coração...
Havia a música, as pessoas, a piscina, bebidas... O mundo e seus percalços! Sem muito espaço, eu esperei, nos esperamos. Por fim, tivemos de converter um abraço na oração concordada. ( o quanto eu quis que Deus o tocasse ao encostar em seus ombros!) E ele agradeceu, quase que inconscientemente... Chamou-me "querida" e selou-o com um beijo em minha testa, tão comovido, tão honesto! Podia ter escolhido uma das faces, ou ter optado pelas mãos... Mas, não, soube ser perfeito! O rosto, ou mesmo as mãos, pode-se beijar por mera formalidade. (até os lábios podem, se quiserem, ser formais...) A testa, nunca será formal, é sempre preciso alcançá-la, é necessário querer! Vencida duplamente, pela palavra e pelo ato... Quão querida pude ser!