4 de abr. de 2011

Girassóis


São só girassóis... Amarelos. Cor típica de planta que nasceu para ser coadjuvante ante o sol e olhando assim desalentada, desaguada para as flores do lado de fora... A princípio pensei desejar algum romantismo, ou sonhos. Mas, não. Para tal eu não peço flores, nem sol. O romantismo e os sonhos, sobretudo estes, vêm-me de dentro, aos borbotões! Talvez, se não fosse tão derramada e piegas minha escrita agradaria mais. Como podem ver, nem mesmo narrar eu sei. O que faço são descrições absortas, cheias de escrúpulos e ainda assim veementes! Sim, é veemente!São repletos de energia os meus girassóis, poderiam se quisessem ser cravos-de-defunto e nada alterariam... Minha intensidade é independente, emancipada. Porém, embora seja livre, ela não vai muito longe; da vida simples das plantas, extraio crônicas inteiras... Contudo, elas são fixas em um pacato fim de tarde e isso as condena. Não por acaso, vieram-me girassóis... Como já foi dito, espécie coadjuvante diante do sol. Ah! Se ao menos soubessem ser rosas vermelhas! São lindos, de uma solicitude sem par, seguem a luz que lhes é dada... Movimento tão seguro, tão próprio! Estão entre tantos iguais, podem nem ser vistos individualmente e a eles pouco importa. São mesmo belos, mas, não bastam! Gastaria ainda muitos dos ocasos do sol a louvar sua beleza, encontrando e expurgando tudo deles. Meu grande erro e, certamente daí advêm minha pieguice é querer dar-lhes beleza e imponência de rosas vermelhas. Se o fossem, trariam em si estrutura para espinhos, saberiam nascer solitários, quase um por vez, como as rosas na roseira. São o que são: magros, quebradiços... Aptos para singelamente seguir, acostumados aos esconderijos entre as grandes plantações. O que busco não existe, só metaforicamente pode-se imaginar a solicitude em comum acordo com a vaidade, ser girassol legítimo por fora e inevitavelmente rosa por dentro!