2 de mar. de 2012

Um velório!

É, a morte nada tem de abstrato... É concreta, de concreto! Tem muito peso, tem altura, tem volume e é física. Por isso a morte dói de uma dor pesada... A única que ao que parece, não dá o direito de sentir nenhuma outra: vendo a morte de perto, sentimos somente a ela! Uma estrutura condenada, oca e vazia, que inevitavelmente há de implodir virando entulho. Alguém morreu e os demais doem, nós nos doemos doidamente e não geramos movimento, não nasce nada vivo!
O menino chora, desfigura as faces de criança... O desejo é abraçar, embalar, decidir e dizer: “Vai ficar tudo bem”! Mas, não, nada ficará...tudo já está, já é! Por isso os abraços ficam, são fortes, pesados, estáticos. Debilitamo-nos todos, mas, já está decidido! Afinal, por que fazer tanta força? Poderíamos dizer, contristados, porém, calmos: “Ignora Igor, ignora”... Imita o Arthur, ignora! Faça festa com o “Fubá”... O “Fubá” é só um cachorro, mas, nos ensina: o “Fubá” fareja a vida e não a morte! Lá está: o Arthur, a vida que vingou... O vencedor. Morte e vida diferem... Enquanto a morte pesa e exige, a vida vinga, vence leve, sem vingança. Viva!

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